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domingo, 1 de junho de 2008

as quatro funções

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Um mestre indiano em uma aula de meditação falou uma coisa que todos deveriam saber, e quem já sabe deveria ao menos pensar mais sobre isto.

O ser humano se diferenciou dos outros animais com o passar do tempo, por causa de uma coisa chamada evolução, e isto está diretamente relacionado com as quatro funções.

Para sobreviver, um animal necessita atender a quatro funções: alimentação, reprodução, descanso e auto-proteção. Desta forma ele garante uma vida vivida em razão das sensações orgânicas e também sua existência neste mundo.

A quarta função (auto-proteção) não está mais ligada a força física, visto que em um confronto com outro animal que tenha raciocínio, a força nem sempre vence. É neste ponto que subimos na cadeia alimentar e nos tornamos o principal predador da terra.

O raciocínio lógico, além de nos garantir uma posição privilegiada na cadeia alimentar, também nos permite uma série de outros proventos para que tivéssemos uma vida plena e perfeita: medicina avançada, conforto, transporte, etc. e por que não a temos? Essa é uma pergunta que deveria ser feita mais freqüentemente por nós, macacos humanos.

A resposta é mais simples de ser encontrada do que parece. tem a ver com o tempo.
Não que nos falte tempo para pensar mais, não mesmo. a questão é que a grande maioria da humanidade vive fora do seu tempo. Sim, fora do tempo como se homens das cavernas habitassem prédios e casas urbanizadas e assistissem televisão à cabo, pois aqueles também viviam sem raciocínio lógico e sem capacidade mental plena, com alguns momentos de felicidade relativa.

Volto agora ao mestre indiano citado no começo. ele nos disse: "existem quatro funções básicas para um animal executa: alimentação, reprodução, descanso e auto-proteção, e uma vida vivida só por viver é como se o ser humano fosse rebaixado à categoria de animal".

Quantos de nós sabemos das verdades ditas nos jornais, pelos ambientalistas, pelos cientistas, na rádio, na internet e nada fazemos a respeito? Quantos de nós ouviu a notícia mais que comentada - e agora oficializada pela onu - de que a criação de animais para o abate é um dos fatores que mais promove a devastação do meio ambiente? Com certeza muitos ouviram. E quem de nós se dignou a reduzir o impacto na natureza, abdicando do precioso churrasquinho e outras excentricidades alimentares?

Vemos o machado caindo e sequer recolhemos a cabeça para não sermos atingidos.

Sabemos que estamos destruindo todo o lugar em que habitamos e sequer fazemos algo a respeito. atendemos apenas às funções básicas e vivemos por viver, sem ter coragem de mudar um simples hábito.
Mas não há com o que se ofender neste texto. não somos simples animais. a última função básica de um animal, que é auto-proteção, ele executa bem, ou seja, ao ver o perigo se aproximar ele faz algo a respeito - até mesmo na fileira do abate ele luta até o fim.

Não, nós não podemos ser comparados a simples animais, pois não somos dotados da quarta função (ou simplesmente a ignoramos). vemos o perigo maior, que é a devastação do lugar que habitamos, e não fazemos nada a respeito. e assim vamos vivendo, iludidos de que talvez exista um botão para que a vida seja desligada quando tudo se transformar num grande deserto e não houver mais água. sem sensibilidade à dor.
Exatamente como uma máquina se comportaria.
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