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sábado, 30 de julho de 2011

Trapalhadas trágicas


Você confiaria a vida de sua família nas mãos dos três patetas? Não? pois 228 pessoas confiaram.

Patetas franceses, diga-se de passagem. Falo aqui do vôo do AF 447 da Air France.
Uma sucessão de trapalhadas e falta de respeito com a vida alheia causaram vítimas e muita dor às famílias.
Posso elencar algumas coisas aqui que deixariam qualquer um indignado:

1 - O Vôo mal levantou e o comandante foi dormir. Tirar uma pestana. Descansar, sabe? Tinha mal tempo à frente, mas não faz mal pois o avião estava em boas mãos: dois co-pilotos completamente inexperientes que ao menor problema ficaram perdidos igual a cachorro em dia de feira.
Só pra Ilustrar a situação dos co-piloCos:

Voce imagina estar viajando pra serra num ônibus de turismo, onde o veículo anda por desfiladeiros e estradas sinuosas... aí o motorista chama o sobrinho dele de dezesseis anos e diz assim: Guri, vou tirar um ronco, tu assume o busão pra mim. Ali é a embreagem... ali é o pisca... ali é o freio, no outro lado o acelerador... ah! a direção tu sabe como usar né?
- Claro tio! deixa comigo. qualquer coisa eu peço pro cobrador te chamar.

Imagina isso a dois mil metros de altitude.

Dá M.... isso né? Pois não foi o que achava o comandante do vôo do Air France. O cara foi tirar uma soneca e deixou os dois inexperientes no comando, só que o avião enfrentou tempo ruim ali na frente e o piloto automático parou de funcionar.

2 - Pra piorar, um dos dois trapalhões foi chamar o comandante quando o avião estava fora de controle, e o cara (comandante) achando que estava dormindo no sofá de casa de certo, levou preciosos 50 segundos pra levantar ( tempo que poderia ter salvo a vida de todos) e quando chegou na cabine, o monstro de metal estava em plena queda livre, sem sustentação nenhuma.
Pra elucidar um pouco mais:

Fonte: site de notícias G1

o Avião precisa de uma forte corrente de vento sob suas asas pra se manter no ar - é o que sustenta ele.
Se você mantiver o avião no ar sem mudanças bruscas de altitude, a base sob suas asas se mantém. O que aconteceu é o seguinte: Depois de o piloto automático ter pifado, os co-pilotos tiveram que assumir o controle manual. Sem experiência nenhuma, eles não sabiam se o avião estava subindo ou descendo. Confira um trecho da conversa gravada pela caixa preta. Este trecho da conversa começa com um dos co-pilotos (Robert e Bonin) apavorados esperando o comandante dorminhoco (Dubois) levantar:

23h 11 min 06 Robert: (*) Ele vem ou não?
23h 11 min 21 Robert: A gente tem ou não os motores, o que está acontecendo (*)?
23h 11 min 32 Bonin: Eu não tenho o controle do avião. Eu não tenho mesmo o controle do avião (*)
23h 11 min 38 Robert: Vire à esquerda
23h 11 min 41 Bonin: Tenho impressão que a gente conseguiu velocidade
23h 11 min 43 Barulho da porta da cabine
23h 11 min 43 Dubois: O que é que vocês fizeram?
23h 11 min 43 Robert: O que está acontecendo? Eu não sei o que está acontecendo

3- Durante toda a conversa atrapalhada entre os três, o aviso de ESTOL ( indicador de perda de sustentação) ficou apitando o tempo inteiro e eles não souberam identificar o que era o aviso.
Também o indicador de velocidade do avião havia sido obstruído por cristais de gelo ( proveniente da atmosfera por onde o avião viajava) e ninguém sabia mais dizer a que velocidade eles estavam.
Tal foi a confusão, que quando já estavam no nível do mar (1.200m), perto de colidir, eles achavam que estava a mais de 2.000m e haviam estabilizado.

Por que eu coloquei isso no blog? porque acho que existe muita falta de respeito e consideração pela vida dos outros. Poderia ser um familiar seu ou meu.

Se nos vôos franceses acontece isso, imagina nos brasileiros...

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