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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A américa do norte agora usa Black Power

Eis que ele chegou. Sim. Parece quase inacreditável.
Depois de séculos de opressão, escravatura, pobreza e discriminação, um representante negro está no topo do mundo.

Torci muito pelo Obama porque sempre imaginei a Hillary Clinton como uma espécie de Yeda ou Marta Suplicy dos norte-americanos.

Não vou nem estender comentários aqui sobre os concorrentes do Obama à presidência porque acho que não merecem sequer míseras linhas neste blog.

Aliás, o que dizer da vice-presidente do John MacCain, que já foi governadora do Alaska, e promoveu o saqueamento da reserva
Wildlife Refuge a fim de incentivar o "desenvolvimento" da região? Lembro também que as focas do Alaska continuam sendo mortas da maneira mais cruel possível para que suas peles enfeitem o pescoço das socialites.

Sem falar que ela mesma tem como esporte a caça, ou seja, ela vai para o meio do mato e mata meia dúzia de animais selvagens a fim de aliviar a frustração íntima.

Obama diz que está chegando com a "mudança". Espero que a mudança comece pelo respeito pelo meio ambiente, algo que o país que o elegeu nunca teve. Já é um grande salto para uma sociedade tão cheia de preconceitos e pudores eleger um representante de uma classe segregada.

Sem querer ser negativista, uma coisa me preocupa nessa enorme onda de esperança que invade o mundo: A mudança que Obama teve que fazer nos seu discurso e nas suas atitudes para se eleger.

Comecemos pela igreja que ele gostava tanto e teve que abandonar, depois o fato de ele estar vestindo uma roupa somali com turbante e já dizerem que o cara era muçulmano. ( ele teve que afirmar e reiterar até o último instante que era cristão ) E se fosse realmente de outra religião não-cristã? qual o problema?

Só pra ter noção da ferocidade do eleitorado americano, ele teve que esconder que tinha frequentado escolas muçulmanas logo que sua mãe se casou com um indonésio, mas mesmo assim desenterraram isso e usaram contra ele.
Muita coisa teve que ser renegada e desdita pelo novo presidente para agradar uma população composta em sua maioria de puritanos e presbiterianos.

Dá até para pensar que é a reprise de um filme que eu já vi.
Sinopse: Um grande líder, metalúrgico, com grandes ideais que se elegeu sob o slogan " a esperança venceu o medo" mas que durante a trajetória até o poder teve que abandonar muita coisa para ceder à furia de uma sociedade capitalista.
O resultado: ele chega ao topo como um personagem "paz e amor" e passadas as eleições começam as concessões: cargos distribuídos à revelia, acordos escusos, escândalos que "não foram vistos", loteamento da floresta amazônica, impostos sufocantes e por aí vai...
E lá se vão os ideais da esquerda... sob a máscara está um populista que fez muito menos do que deveria ter feito...

Não gosto de filme reprisado, a não ser que seja muito bom é claro. E não é este o caso.

Barack, espero que não se deixe abalar pela pressão da massa raivosa, e como diria a banda Cidade Negra em sua antiga formação: "Negro no Poder!"

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