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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mãos da Terra

Este post é mais uma reverência que eu presto à semana da consciência negra.

O ápice desta semana é a lembrança do dia que morreu Zumbi dos Palmares, ícone da resistência negra à escravidão, celebrado neste 20 de novembro.

Fui com dois amigos fotógrafos (Ricardo Fabrello e Luciana Borba) ver de perto (e clicar) a vida simples dos quilombolas que vivem em Mostardas e também tivemos a honra de celebrar com eles o dia da colheita do arroz quilombola, uma semente originária da África, introduzida aqui pelo professor da UFRGS Sebastião Pinheiro, em conjunto com a ONG Guayí.


O arroz quilombola na verdade existe aqui desde antes do arroz branco, mas foi proibido para privilegiar o nosso tradicional arroz asiático, que em comparação com o quilombola, perde em vários quesitos. O arroz quilombola é mais resistente às pragas, não precisa de agrotóxico, é plantado com adubo orgânico, rico em nutrientes e fibras, enquanto que o grão branco recebe toda a carga do processo industrial que nos entrega uma semente morta e cheia de veneno.

Não gosto de ter caráter panfletário, apenas peço que as pessoas que lerem este post pensem mais no que entra na mesa e dar oportunidade ao que é mais saudável e produzido de forma responsável.

O resultado da visita, além das amizades que fizemos nas comunidades quilombolas, é uma exposição fotográfica no Trensurb (Estação Mercado - Porto Alegre) que vai do dia 19 de novembro ao dia 20 de dezembro de 2008 retratando uma fração da vida destas pessoas e seu trabalho em ótima harmonia com a terra.





Da esquerda para direita:
Jeferson Camargo, Luciana Borba, Ricardo Fabrello










Salve Zumbi! Salve Ganga Zumba!
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