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domingo, 17 de outubro de 2010

O lado certo do muro

Finalmente o PV se decidiu: Não vai apoiar ninguém.

Marina Silva tomou o mesmo rumo: deixar para o eleitor decidir em quem vai votar, sem causar nenhum tipo de influência aqueles 20 milhões de brasileiros que acreditaram nela, entre os quais, me incluo.

De um jeito ou de outro temos que sair de cima do muro, e as opções não são boas. De um lado, uma candidatura que preza pelo ser humano, pelo desenvolvimento do país, mas que para isso acontecer, passa por cima da natureza e das terras dos indígenas.
De outro lado, temos um candidato que preza pelas privatizações, que usa um modelo antigo de governo, mas disposto a fazer de tudo pela presidência, inclusive fazer dancinha no programa Pânico na TV.

Bem, para este eleitor convicto de Marina Silva o candidato a apoiar já foi escolhido, com base nas 10 propostas de Marina Silva e as respostas de Dilma e Serra para cada uma.

Minha sugestão: POR FAVOR ELEITORES DA MARINA, NÃO VOTEM NO SERRA.

Me justifico agora. Acabei de ler a tabela comparativa no G1 e o que li das propostas do candidato Serra é o tipo de coisa que eu jamais gostaria para o Brasil novamente (lembremos o grande privatizador e magnata de coração frio FFHH).

Por mais que algumas coisas do governo Lula ou da Dilma não nos desçam goela abaixo, NADA PODE SER PIOR QUE O SERRA.

Alguns pontos chave:
O SERRA NÃO TEM PROPOSTA QUE VISE TRANSPARÊNCIA DAS CONTAS DO GOVERNO.  A dilma tem.
O SERRA NÃO TEM UMA PROPOSTA SÉRIA PARA A ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO.
A Dilma Tem.
O SERRA NÃO TEM NENHUMA PROPOSTA SÉRIA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL.
A Dilma concordou com as propostas de Marina e trata o assunto com seriedade.

Por favor, leiam a tabela inteira e tirem suas conclusões:

http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/saiba-o-que-dilma-e-serra-ja-falaram-sobre-propostas-de-marina.html

Eu já tirei as minhas e me decidi. Bom segundo turno a todos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vem andar e voa...

Estava olhando aqui algumas coisas legais que eu já fiz e achei essa montagem com a música da Marisa Monte, que inevitavelmente me deixa de coração e mente mais leve em tempos mais pesados...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Ritas e Caetanos

Li uma crônica pelo Professor José Ribamar da UERJ, que achei de muito bom gosto e me fez publicar aqui no blog. Acho que vale muito à pena ser lido.


A FOME DE MARINA ( Por José Ribamar Bessa Freire*)


Há pouco, Caetano Veloso descartou do seu horizonte eleitoral o presidente Lula da Silva, justificando: “Lula é analfabeto”. Por isso, o cantor baiano aderiu à candidatura da senadora Marina da Silva, que tem diploma universitário. Agora, vem a roqueira Rita Lee dizendo que nem assim vota em Marina para presidente, “porque ela tem cara de quem está com fome”.
Os Silva não têm saída: se correr o Caetano pega, se ficar a Rita come.
Tais declarações são espantosas, porque foram feitas não por pistoleiros truculentos, mas por dois artistas refinados, sensíveis e contestadores, cujas músicas nos embalam e nos ajudam a compreender a aventura da existência humana.
Num país dominado durante cinco séculos por bacharéis cevados, roliços e enxudiosos, eles naturalizaram o canudo de papel e a banha como requisitos indispensáveis ao exercício de governar, para o qual os Silva, por serem iletrados e subnutridos, estariam despreparados.
Caetano Veloso e Rita Lee foram levianos, deselegantes e preconceituosos. Ofenderam o povo brasileiro, que abriga, afinal, uma multidão de silvas famélicos e desescolarizados.
De um lado, reforçam a ideia burra e cartorial de que o saber só existe se for sacramentado pela escola e que tal saber é condição sine qua non para o exercício do poder. De outro, pecam querendo nos fazer acreditar que quem está com fome carece de qualidades para o exercício da representação política.
A rainha do rock, debochada, irreverente e crítica, a quem todos admiramos, dessa vez pisou na bola. Feio.“Venenosa! Êh êh êh êh êh!/ Erva venenosa, êh êh êh êh êh!/ É pior do que cobra cascavel/ O seu veneno é cruel…/ Deus do céu!/ Como ela é maldosa!”.
Nenhum dos dois - nem Caetano, nem Rita - têm tutano para entender esse Brasil profundo que os silvas representam.
A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está com fome? Ou se trata de um preconceito da roqueira, que só vê desnutrição ali onde nós vemos uma beleza frágil e sofrida de Frida Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque, seus vestidos longos e seu inevitável xale? Talvez Rita Lee tenha razão em ver fome na cara de Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia precisa ser delineada. Se for fome, é fome de quê?
O mapa da fome
A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu sua infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto ralou. Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre.
Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava. Três de seus irmãos não aguentaram e acabaram aumentando o alto índice de mortalidade infantil.
Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é dos alimentos que, mesmo agora, com salário de senadora, não pode usufruir: carne vermelha, frutos do mar, lactose, condimentos e uma longa lista de uma rigorosa dieta prescrita pelos médicos, em razão de doenças contraídas quando cortava seringa no meio da floresta. Aos seis anos, ela teve o sangue contaminado por mercúrio. Contraiu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose.
A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina. Não havia escolas no seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta através da experiência e do mundo mágico da oralidade. Quando contraiu hepatite, aos 16 anos, foi para a cidade em busca de tratamento médico e aí mitigou o apetite por novos saberes nas aulas do Mobral e no curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever.
Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o vestibular para o Curso de História da Universidade Federal do Acre, trabalhando como empregada doméstica, lavando roupa, cozinhando, faxinando.
Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para saciá-la, militou nas Comunidades Eclesiais de Base, na associação de moradores de seu bairro, no movimento estudantil e sindical. Junto com Chico Mendes, fundou a CUT no Acre e depois ajudou a construir o PT.
Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco , quando devolveu o dinheiro das mordomias legais, mas escandalosas, forçando os demais vereadores a fazerem o mesmo. Elegeu-se deputada estadual e depois senadora, também por dois mandatos, defendendo os índios, os trabalhadores rurais e os povos da floresta.
Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra. A cidadania ambiental faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio Ambiente, ela criou o Serviço Florestal Brasileiro e o Fundo de Desenvolvimento para gerir as florestas e estimular o manejo florestal.
Combateu, através do Ibama, as atividades predatórias. Reduziu, em três anos, o desmatamento da Amazônia de 57%, com a apreensão de um milhão de metros cúbicos de madeira, prisão de mais 700 criminosos ambientais, desmonte de mais de 1,5 mil empresas ilegais e inibição de 37 mil propriedades de grilagem.

Tudo vira bosta
Esse é o retrato das fomes de Marina da Silva que - na voz de Rita Lee - a descredencia para o exercício da presidência da República porque, no frigir dos ovos, “o ovo frito, o caviar e o cozido/ a buchada e o cabrito/ o cinzento e o colorido/ a ditadura e o oprimido/ o prometido e não cumprido/ e o programa do partido: tudo vira bosta”.
Lendo a declaração da roqueira, é o caso de devolver-lhe a letra de outra música - ‘Se Manca’ - dizendo a ela: “Nem sou Lacan/ pra te botar no divã/ e ouvir sua merda/ Se manca, neném!/ Gente mala a gente trata com desdém/ Se manca, neném/ Não vem se achando bacana/ você é babaca”.
Rita Lee é babaca? Claro que não, mas certamente cometeu uma babaquice. Numa de suas músicas - ‘Você vem’ - ela faz autocrítica antecipada, confessando: “Não entendo de política/ Juro que o Brasil não é mais chanchada/ Você vem… e faz piada”. Como ela é mutante, esperamos que faça um gesto grandioso, um pedido de desculpas dirigido ao povo brasileiro, cantando: “Desculpe o auê/ Eu não queria magoar você”.
A mesma bala do preconceito disparada contra Marina atingiu também a ministra Dilma Rousseff, em quem Rita Lee também não vota porque, “ela tem cara de professora de matemática e mete medo”. Ah, Rita Lee conseguiu o milagre de tornar a ministra Dilma menos antipática! Não usaria essa imagem, se tivesse aprendido elevar uma fração a uma potência, em Manaus, com a professora Mercedes Ponce de Leão, tão fofinha, ou com a nega Nathércia Menezes, tão altaneira.
Deixa ver se eu entendi direito: Marina não serve porque tem cara de fome. Dilma, porque mete mais medo que um exército de logaritmos, catetos, hipotenusas, senos e co-senos. Serra, todos nós sabemos, tem cara de vampiro. Sobra quem?
Se for para votar em quem tem cara de quem comeu (e gostou), vamos ressuscitar, então, Paulo Salim Maluf ou Collor de Mello, que exalam saúde por todos os dentes. Ou o Sarney, untuoso, com sua cara de ratazana bigoduda. Por que não chamar o José Roberto Arruda, dono de um apetite voraz e de cuecões multi-bolsos? Como diriam os franceses, “il péte de santé”.
O banqueiro Daniel Dantas, bem escanhoado e já desalgemado, tem cara de quem se alimenta bem. Essa é a elite bem nutrida do Brasil…
Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do Brasil, mas isso não é motivo para deixar de votar nela, porque essa é também a cara da resistência, da luta da inteligência contra a brutalidade, do milagre da sobrevivência, o que lhe dá autoridade e a credencia para o exercício de liderança em nosso país.
Marina Silva, a cara da fome? Esse é um argumento convincente para votar nela. Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me convenceu definitivamente.

(*) Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ) e pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Preparem-se!! a nave do VI Fantaspoa vai aterissar em PoA!!!

Eu tinha divulgado aqui no blog há alguns posts atrás, que o Fantaspoa estava precisando de apoiadores que bancassem o festival, pois estava sob o risco de não rolar caso isso não acontecesse. Pois bem, para a alegria de todos os fãs do cinema fantástico, está tudo certo com o evento e ele está aí com todo o gás, batendo na nossa porta.

Do dia 02 ao dia 18 de julho o cinema fantástico estará espalhado por 3 salas de cinema no centro de Porto Alegre: Cine Bancários, Santander Cultural e PF Gastal.
Serão 138 filmes na programação! isso mesmo. 74 longa-metragens e 64 curtas nas categorias fantasia, ficção-científica, horror e thriller, sessões comentadas, 11 convidados estrangeiros que estarão falando sobre cinema e cursos diversos.
Valores:
R$ 5,00 todos os longa-metragens do dia em qualquer sala que você escolher ( se você escolher ver filmes em outra sala tem que pagar de novo os 5 reais, e ainda assim está mais que bom o preço)
R$ 2,00 para as sessões de curta-metragens o dia inteiro por sala.

Para mim, a sensação da proximidade do Fantaspoa, é a mesma causada pela Feira do Livro, só que em um universo completamente diferente e fantástico como o próprio festival e as pessoas que o realizam.
Blog do festival: http://fantaspoa.wordpress.com/
Site: http://www.fantaspoa.com

O cartaz deste ano que, assim como o de 2009 é uma obra de arte:

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Adeus, Saramago

José de Souza Saramago nasceu em 16 de novembro de 1922, final de outono em Azinhaga, freguesia do concelho (não está escrito errado, é um termo português, um subdistrito) de Golegã, esta por sua vez, pertencente ao Distrito de Santarém, Portugal.

Seus pais eram camponeses pobres e se mudaram para Lisboa em 1924, onde o escritor concluiu o curso técnico de serralheiro mecânico para garantir seu sustento.

Sua condição financeira não o permitiu que frequentasse uma universidade, mas sua paixão pelo conhecimento o fazia gastar grande parte de seu tempo na Biblioteca Municipal Central de Lisboa.

Saramago era um autodidata, trabalhou como Funcionário público tradutor, funcionário de uma editora e depois como jornalista, para finalmente em 1976 dedicar-se somente à carreira de escritor.

Saramago foi o único escritor da língua portuguesa ao ganhar um prêmio Nobel de Literatura, concedido em 1998.

Dono de um estilo único na literatura mundial, Saramago fazia uso de orações e frases com pouca pontuação, que os tornavam mais compridos, mas não mais difíceis de ler, principalmente para aqueles que acompanhavam suas obras.
Os diálogos entre os personagens eram inseridos no meio do texto, sem travessões, o que dá a impressão as vezes de ser um pensamento do narrador.

Além de escritor, José Saramago era um pensador, ativamente político, expressava suas opiniões em público, o que lhe rendeu alguns desafetos, principalmente a Igreja católica com a qual não concordava em certos posicionamentos.

Era um crítico do capitalismo e comunista convicto, defensor das camadas desfavorecidas da humanidade. Chegou a ser rotulado como anti-semita quando colocou-se contra a política de Israel e a favor do povo Palestino.

Esteve no brasil pela última vez em 2005, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, onde fez várias críticas ao governo Lula.

Saramago acima de tudo, era um ser diferenciado, único, um gênio da literatura como já foi Mozzart na música, ou Einstein na física.

Partiu deste mundo no dia de hoje, vítima de Leucemia crônica na sua casa em Lanzarote, e com sua ida, cria-se uma lacuna neste mundo, muito difícil de ser preenchida.



sábado, 5 de junho de 2010

Dia Mundial do meio-ambiente

Até quando mesmo?
No dia mundial do meio-ambiente, vivemos o maior desastre ambiental ocorrido na história, justamente provocado por uma plataforma dos Estados Unidos, país que mostra menos interesse pela preservação dos recursos naturais, entre todas as nações do globo.



Pelicano - uma das espécies atingidas pelo vazamento no Golfo do México.



São nove as espécies marinhas ameaçadas pelo vazamento no Golfo do México:

- A baleia Cachalote, que tem a área do vazamento como seu local de reprodução;
- O Atum Azul, uma espécie de peixe já ameaçada de extinção e que tem o pico da desova nesta época do ano, exclusivamente no local contaminado pelo derramamento;
- A  tartaruga marinha, que usa a costa da Lousiana para enterrar seus ovos;
- As Ostras nos arredores do delta do Missisipi;
- O pato pintado, que habita a região pantanosa da Lousiana;
- O Pelicano Marrom, que a muito custo havia conseguido sair da lista de animais ameaçados de extinção;
- A Garça Vermelha, que já possui um númro muito limitado de espécimes;
- A Gaivota que se alimenta exclusivamente dos peixes contaminados pelo óleo;
- Borrelho, uma espécie de pássaro pequeno que se alimenta das ostras atingidas pelo derramamento;

Só para termos ciência...

Desde 1940 até 2009 foram derramados 5 MILHÕES DE TONELADAS DE PETRÓLEO em acidentes repetidos e inconsequentes por parte de empresas que pouco se interessam com os danos que possa causar o transporte de um combustível fóssil totalmente tóxico e sem um plano decente para prevenção ou recuperação de desastres ambientais.

Para os que ainda não sabem, a região da costa da Lousiana, Missisipi, Alabama e Flórida, é riquíssima em recursos hídrícos e possui uma das mais variadas fauna e flora dos Estados Unidos devido aos pântanos e aos grandes rios que ali desembocam, abastecendo a região com o segundo maior rio dos EUA, o Mississipi que é um afluente do Missouri, o primeiro maior.

Para você visualizar a região do desastre:
Quantas vezes isto vai se repetir até que abandonemos esta forma falida de matriz energética?
Sempre o dinheiro está acima da vida neste tipo de decisão.

E para você? quanto vale seu carro abastecido? quantas vidas mais custarão embalagens e outros produtos derivados do petróleo?

Não deixemos de pensar nisso jamais.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Carta Aberta

Eu em nome do blog abro minhas cartas, ou melhor: meu voto.
Quero falar de alguém que há muito nos faz falta: O SER TOTAL.
Não, este não será um texto de auto-ajuda, falando da integração entre corpo e espírito.
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Este será um texto de autoajuda falando sobre a integração entre nós caras-pálidas e a generosa mãe terra.
Este é o melhor sentido da ex-hifenizada palavra composta autoajuda: Quando você decide parar de morder a mão que te alimenta, obviamente está fazendo um grande bem a si mesmo.
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Se a terra for realmente vista como uma mãe para nós, podemos dizer que estamos mordendo o seio além de secar todo o leite. Uma vez fiquei sabendo de uma mãe que, aflita, chegou ao médico dizendo que seu filho de dois anos não queria desmamar e estava machucando o seu seio além de não deixá-la que voltasse a trabalhar. O médico receitou uma solução simples e eficaz: "Quando ele quiser mamar, antes você passa uma pitadinha de pimenta no bico. Vai arder um pouquinho a boca dele, mas vai resolver." Dito e feito: desmamou que foi uma beleza e a mãe pode tocar a sua vida de novo.
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Estamos merecendo uma boa dose de pimenta na boca pela mãe terra... e olha que pimenta ela dá aos montes... só que para o nosso caso são catástrofes "naturais" que tiram vidas e causa muito choro e tristeza.
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Quero aqui agradecer ao Lula pelo ótimo trabalho que ele fez nestes oito anos de governo. Acho que nenhum outro presidente fez tanto pelo país. Mas sinceramente... a Dilma não nos serve por simplesmente querer continuar o governo apenas aproveitando a onda do Lula, sem nada de novo, sem subir mais um degrau. Muito menos nos serve o Serra, que com certeza destruiria tudo de bom que já conquistamos.
Nada de Neo-Liberais, nada de Esquerdas, quero tudo verde, quero amazônia preservada, quero biodiversidade acima dos interesses das hidrelétricas. Quero fontes de energia renováveis, quero este desenvolvimento que tivemos, com nossas matas ainda de pé: EQUILÍBRIO, EQUILÍBRIO...
Porque tem sempre que pesar mais para um lado? ô palavrinha difícil de se atingir: EQUILÍBRIO.
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Marina Silva agora tem seu Vice-presidente: Guilherme Leal, o presidente da Natura, empresa reconhecida por sua política verde de produção. Nada mais adequado. Um empresário experiente e de ótima visão para conciliar preservação ambiental com desenvolvimento econômico.
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Parabéns Marina! Estou contigo a partir de agora. E abertamente.
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                                           foto: Fabrizia Granatieri / G1

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fantaspoa precisa de apoio. Ajude

Apoiar o Fantaspoa faz bem à cultura em Porto Alegre


E eu sou prova disso.
Fui ao Fantaspoa (Festival do cinema fantástico de Porto Alegre) em 2009 no Santander Cultural e o que vi foram filmes independentes de ótima qualidade e originalidade. Diretores e roteiros excelentes para o público ver o dia inteiro na telona, e de graça. Tem coisa melhor?
Ao terminar de assistir os filmes, tudo o que é pedido é apenas uma nota para os filmes assistidos...
É uma verdadeira invasão de novos diretores que fazem filmes muitas vezes com o mínimo de recursos, ou tirando do próprio bolso.
O que acontece é que o festival deste ano (entre 6 e 9 de julho de 2010) está ameaçado de cancelamento pela falta de verbas para os custos totais do evento. Colo aqui o trecho de um texto de um dos responsáveis do festival, postado na comunidade do Fantaspoa no Orkut ( http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=40161183 )

"Comunicado Importante - Fantaspoa 2010
(...) Além disso, existe a cobrança de taxas para exibição de uma série de filmes. Por exemplo, poderíamos exibir um dos filmes vencedores do festival de Cannes esse ano e, além do valor do frete, teríamos que pagar uma fee (taxa de exibição) de R$2.500,00.

Lemos em diversos sites e blogs reclamações sobre a nossa programação e que deveríamos trazer uma série de filmes, dentre os quais podemos citar somente alguns: Martyrs, The Children, Frontier(s), Dead Snow e Must Love Death. O que as pessoas não sabem é que nós TENTAMOS trazer esses filmes e todos se enquadram no caso acima. Ou seja, além de uma fee exorbitante, a obrigatoriedade da exibição em película.

Para aqueles que conhecem bem o evento sabem que realizamos o mesmo com auto-investimento e que o nosso orçamento total gira em torno de R$25.000,00 e que, portanto, pagar fees de R$2.500,00 ou trazer filmes em outras mídias se tornam inviável. Além disso, as salas que utilizamos não possuem projetores de HDCam nem Digibeta. Além do valor que investimos a fundo perdido, temos todo o trabalho de produzir o festival, selecionar e legendar cada um dos filmes. Nós não temos nenhum apoiador/patrocinador, público ou privado que cubra os gastos do festival e os mesmos se tornaram altos demais para continuarmos com o projeto.

Estamos tentando aprimorar o evento, apesar da dificuldade de receber qualquer apoio e patrocínio realmente significativo. Pelo segundo ano estamos inscritos na Lei Rouanet e apesar de contatarmos uma série de empresas, não estamos conseguindo nenhum tipo de apoio. 
Se por acaso você conhece alguma empresa que possa nos apoiar, peço que nos passem o contato do responsável, para que possamos enviar o nosso projeto para eles. Um evento independente, que em uma cidade como Porto Alegre, nas salas do centro, leva 6.000 espectadores ao cinema ao longo de somente dezoito dias não deveria simplesmente deixar de existir. E infelizmente isso acontecerá caso a situação não mude em 2010. Nós realmente precisamos de apoio urgente para que o festival não seja cancelado, e o apoio necessário é financeiro. Você pode ajudar publicando essa mensagem em seu site, blog ou enviando para os amigos."
Site do Fantaspoa: http://www.fantaspoa.com

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O grito do descobertos

E lá se vão 510 anos de história...





Neste dia 22 de abril de 2010, comemoramos 510 anos de descobrimento. Em comparação com os outros países da União Européia somos uma nação jovem, querendo ser adulta. Temos uma tradição escrachada de fazer troça da própria desgraça, de sermos os "alegrinhos" do mundo, de exportarmos talentos porque aqui ninguém aparece como deveria...

Nosso país com cara de continente é tão rico que apesar de toda a roubalheira de recursos naturais que houve desde o descobrimento, até hoje continuam colocando florestas abaixo e sempre tem mais árvore para contar a história... Até quando mesmo?

Nosso presidente foi lá fora dizer que ninguém tem que nos dar ordem nenhuma, que se os países desenvolvidos já extinguiram seus recursos naturais, nós também temos esse direito, porque o povo precisa de emprego, de desenvolvimento econômico. Mas me digam uma coisa... somos produtores de que mesmo? Ouvi dizer que a mão de obra escrava fica aqui e os talentos intelectuais a gente exporta.

É isso mesmo. O esquema é mais ou menos assim: As empresas estrangeiras querem mão de obra escrava então escolhem ou a China ou o Brasil - O Brasil ganha no quesito capacidade de exploração de recursos naturais. Depois, se instalam em algum lugar que não lhes cobre um centavo sequer de imposto e com capacidade de exploração e devastação ilimitadas. Em contrapartida, o político que "trouxe" a empresa, recebe o troféu de gerador de empregos e ganha muitíssimos votos alegando que trouxe emprego e desenvolvimento.

Efeito ressaca: Os recursos naturais uma hora acabam, o partido que deu isenção fiscal já não está mais no poder - e está pouco se lixando com o que ele deixou pra trás - e o que entrou não tem obrigação nenhuma com a empresa sangue-suga, porque foi o governante anterior que ganhou a fama. Acabando os recursos e os incentivos, as multinacionais zarpam deixando lixo, imundície desemprego e nada de conhecimento intelectual.

Sou muito pessimista? me digam quantas empresas 100% nacionais automobilísticas ganhamos com todas essas estrangeiras que se instalaram aqui? cadê a apropriação da tecnologia que elas trouxeram? Ah, agora que eu lembrei... não tem como apropriar-se de tecnologia estrangeira... Os nossos talentos científicos foram exportados lembram? nos sobrou aqui a mão de obra barata e não pensante.

É tão não pensante que batemos palmas para a capacidade de comprar tvs e carros novos, de consumir perfumes e roupas novas, de consumir mais carne, de termos mais eletrodomésticos, mesmo que para que tudo isso aconteça tenhamos que encher o país de hidrelétricas, inundando lugares, desviando o curso dos rios, despojando a natureza e as pessoas de seus lugares naturais, tudo pelo bem do consumismo e poder de compra nas grandes cidades.

Sabe quem está "pagando o pato" da vez? Os índios da região do Xingu. Os primeiros moradores e donos dessa terra. 24 tribos estão sendo despejadas de suas terras, lugar que habitam antes de qualquer metrópole ou megalópole, antes de qualquer política maluca eleitoreira consumista, antes de qualquer PAC que mais merece o nome de PAC-MAN, o devorador de recursos naturais ao invés de fantasminhas em 8 bits.

A líder Sheila Juruna, que está à frente de um grande protesto multiétnico de aldeias, prometeu uma guerra a hidrelétrica. À ela somam-se ONGs de defesa do meio-ambiente, agricultores e produtores rurais da região do Xingu.
"Estamos prontos para a guerra. Se o governo não quer nos ouvir por bem, vai nos ouvir por mal" - disse a líder, comentando que até a Justiça está preferindo "agir na ilegalidade".

Afinal, que governo é esse que passa por cima dos direitos das pessoas e dos donos dessa terra? sim eles são donos, adquiram esse direito por cuidarem dos recursos naturais brasileiros muito melhor do já fizemos até hoje.

Quantas vidas vale um voto mesmo?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Carta à candidata Dilma

Dilma, sou um eleitor que estou analisando candidatos ainda. Assim como eu, tem muita gente insatisfeita com teu planejamento para o meio ambiente. Parece que está lá só para não deixar espaço vazio, porque de bom e novo não acrescentou nada ao velho sistema falido de manejo dos recursos naturais.

Desde quando hidrelétrica é energia limpa? e os atingidos por barragens? e a expulsão dos índios de suas terras para construção desses monstros que inundam os lugares causando alto impacto ambiental e humano?
Dilma, onde está tua sensibilidade para estes fatores? quando a política vai se comprometer realmente a desenvolver uma matriz energética limpa e decente? Não vejo investimento nenhum (não está em teu plano de governo) em pesquisa de outras fontes de energia, como a eólica e a solar.

Temos ainda o gás gerado pelos lixões em sua decomposição que é energia colocada fora. Quantos empregos gerariam usinas de aproveitamento do gás resultante dos lixões! Quão precária e ineficiente é a política de coleta seletiva no Brasil (a maioria das iniciativas de usinas de reciclagem parte de ONGs e catadores autônomos desprovidos de condições e apoio do governo).

Já contabilizaste quantos empregos gerariam usinas de reciclagem em todos os cantos? já te reuniste com interessados em fazer uma campanha de reciclagem de lixo padronizada, com leis de responsabilidade, e séria no Brasil? É do seu interesse olhar para este lado do Brasil (o meio-ambiente) largado às traças, ou não faz parte da tua cultura humana e filosófica?(assim como não fez do presidente Lula que tanto trabalhou pelo ser humano mas quase nada pela natureza).

Quero um Brasil melhor candidata Dilma Roussef, mas completo, não o pedaço que diz respeito ao recursos naturais estragando, enquanto alavancamos o desenvolvimento econômico e social.
Tanto faz quem vai assumir esta bandeira, mas certamente vai ser em quem eu vou votar, independente do partido. A população não acredita mais em partidos candidata, mas em pessoas comprometidas e propostas que corrijam nossas mazelas mesmo que leve tempo. O que não se pode fazer é estacionar como foi feito em relação ao meio-ambiente.

Um abraço e boa sorte na campanha.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Crônica em homenagem aos 238 anos da capital

É sempre assim. Todos começam crianças com ambição de serem gigantes. Digamos que o lugar que escolheram-me para morar não é nenhum dos dois. E por mim está bom deste jeito.


Gosto de dar nomes diferentes às coisas – assim como todo bom Porto Alegrense – mas gosto ainda mais de dar sentido diferente aos nomes das coisas. Não acho que a cidade deva ser considerada “coisa” – It, na língua inglesa . Prefiro pensar que Porto Alegre é um organismo vivo, com um coração pulsante. Bem, vamos ao sentido do nome “Porto Alegre”.

Temos um porto sim, mas o forte da cidade não é o comércio portuário, – pra isso o estado tem o porto de Rio grande - apesar de já ter sido em seus primórdios, hoje temos mais alegria do que porto . Alegria agora me remeteu a idéia de um apresentador de auditório batendo palmas com uma platéia bem treinada...eca! Mas Bahhhh... não é bem por aí... é que os Porto Alegrenses “se puxam” em enaltecer o melhor produto que comparece em nosso cais: O Pôr-do-sol. Ah! E ainda batem palmas ao final – Qualquer semelhança com a minha idéia de alegria é mera coincidência.

Apesar dos fatos contarem outra história de como o Porto dos casais virou Porto Alegre, prefiro pensar que nosso porto é assim, alegre, por causa da sensação eufórica que o sol causa nas pessoas ao crepúsculo, colorindo o céu para onde aponta o dedo a Usina do Gasômetro, vizinha do tão comentado espetáculo da natureza. Ela com sua com sua chaminé em riste – aonde seguido se vê alguém escalando – agora produz cultura. Bem melhor que a fumaça de outros tempos né.


Faço meu trajeto iniciando pela usina e seguindo pela Rua da Praia (ops! Quero dizer, Andradas), que é um lugar que eu moraria certamente, ali perto do museu do Trabalho. Lembrei que na rua de cima fica o Castelinho do Alto da Bronze, onde, dizem as lendas, o dono do castelo aprisionava sua mulher na torre. Ahhh o imaginário popular... ainda bem que resiste em nós a tradição de contar histórias. Hoje o castelo não serve mais de calabouço e sim como um espaço para a arte. Ainda bem.

Sigo adiante pela Rua da P... (ops! De novo) Andradas e entro na minha casa (a de cultura) na qual sou praticamente inquilino de Mário Quintana e ao qual pago com poesias – sei que no céu dos poetas, outra moeda não deve existir. Sigo até o metrô que agora tem uma obra de arte em cada uma de suas duas entradas, fazendo referência ao côncavo e o convexo, o homem e a mulher, o dentro e o fora, os contrastes totais.


Como vizinho de porta do metrô, temos o querido mercado público, que é rico em especiarias, cheiros, gostos e temperos que o meu imaginário infantil só concebia na casa de uma bruxa muito experiente em preparos. Compro granola e farinha integral numa das muitas bancas de produtos naturais e resolvo ir até o escritório de um amigo que fica em um daqueles enormes prédios na Andradas (ah, acertei!) quase esquina com a Borges de medeiros. Ele estava atarefado, surtante, cuidando de questões empresariais. Ele me pede para aguardar um pouco -Isso me faz refletir o porque do centro ser tão cheio de pessoas e elas estarem tão separadas psicologicamente. Me debruço na janela do 15º andar e sinto a cidade alegre querendo ser gigante. Olho ao redor, analisando a paisagem e tudo o que eu vejo é um mar de prédios e remendos, um conjunto de formas desarmônicas que aumenta cada vez mais a sensação de separatividade. As antenas emaranhadas no topo dos edifícios talvez seja o único elemento em comum entre eles.


As alturas são de tal forma abissais, que as pessoas correndo lá embaixo, apressadas, contrastam de forma indescritível na escala que meu olhar construiu. Outro elemento comum talvez seja a aglomeração construída dentro de cubículos de cimento e ferro empilhados que se estendem até as alturas. Imagino agora os dias de uma vida toda transcorrida entre paredes de concreto climatizadas pelo ar-condicionado, com aberturas nas janelas onde o sol chega muito pifiamente.

Dou um até logo ao meu amigo (que segue atarefado e só vai notar a minha saída depois) e vou até o bairro Bomfim almoçar num restaurante vegetariano indiano – como carne, mas adoro o tempero deles. Aliás, o Bomfim é rico em comidas exóticas, vegetarianas e ecológicas. Não por acaso é lá que fica nossa redenção. Gosto de pensar que o parque da Redenção chama-se assim por ser repleto de árvores -a única coisa que pode nos redimir nesses tempos tão difíceis (climatologicamente falando). Fora a imensa disputa por um lugar ao sol no fim-de-semana do parque, as pessoas aproveitam e andam pelo brick de antiguidades olhando tudo atentamente, de ponta a ponta, mesmo que pela milhonésima vez (é realmente um vício porto alegrense, esperar encontrar algo que você não viu lá no domingo passado).

Me recosto sob uma árvore perto do buda – o parque tem um espaço dedicado ao budismo – e leio um livro que comprei na feira (do livro), com o título “Possibilidades Humanas”. Falando em feira do livro... Ah, não vou nem falar nada. Prefiro que você mesmo venha ver, ou conte como é. É entre setembro e novembro, não sei bem ao certo.



Sem muita luz natural para ler, cruzo o parque, a avenida, e estou na Cidade baixa, nosso bairro boêmio – Recomendo um ótimo café da tarde na confeitaria da Rua da República, quase esquina com a João Pessoa. Caminho até a Rua Lima e Silva e escolho ficar em um bar onde daqui a pouco vai ter roda de samba e chorinho com alguns músicos tão antigos quanto tradicionais da noite. A Cidade baixa vai começando a ficar repleta com o final do dia. Vejo as pessoas bebendo, rindo, vejo passar de carro o amigo que visitei no centro. Parecia uma criança ansiosa pelo seu brinquedo.


Na verdade, ali é onde os gigantes querem voltar a ser pequenos. Talvez não sejam nem um, nem outro. Talvez Porto Alegre seja um adolescente trocando de voz, ora com fala fina, ora com timbre grosso; vivendo de contrastes. E talvez, o laçador nem devesse mais ser o símbolo dessa Porto Alegre tão plural, mas sim a obra de arte nas duas entradas do metrô.

domingo, 14 de março de 2010

Como ver 3D em casa

Este é para os poucos mortais que como eu não conseguiram ver Avatar em um cinema 3D. Não precisa se desesperar quando seus amigos contam que a borboleta ou sei lá mais o quê "sai da tela" ou quando dizem "nossa, é muito real, você tem que ver!"

Há uma solução que passa longe de você comprar óculos coloridos ou importar um aparelho lá não sei de onde...

Você precisará de mais ou menos uns R$15,00.

1 - Vá até aquela locadora perto de sua casa e alugue o tal Avatar
2 - Já com o avatar na mão, vá até o boteco da esquina onde fica aquele bêbado conhecido do bairro todo o fim-de-semana - e às vezes durante a semana de manhã cedinho.
3 - Peça ao atendente uma garrafa de pinga da boa - se for necessário, peça uma dica ao bebum mais próximo
4 - Pegue a garrafa de pinga e o filme e volte pra casa.
5 - ATENÇÃO AGORA... VOCÊ TEM QUE SEGUIR A ORDEM CORRETA DOS PASSOS PARA QUE DÊ CERTO.
Primeiro ponha o DVD já no ponto do filme, com pausa no começo, com idioma e legenda já escolhida. Depois abra a sua garrafa de pinga e mande brasa até enxugar tudo.
6 - Tente chegar até a frente da televisão e achar o botão de play do controle.
7 - Coloque o filme pra rodar e boa diversão!

Com esse passo-a-passo, você verá bichos voando em volta da TV, os personagens sairão da tela, e se duvidar até os extras ficam em 3D.

Obs: é bom deixar um baldinho perto de você para o caso de reações adversas ou os personagens saírem do filme e começarem a girar muito rápido à sua volta.

Bom filme!

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